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A recém-descoberta 'fusão Kraken' pode ter sido a maior colisão na história da Via Láctea 💥😮

Um aglomerado globular (amarelo) brilha na Grande Nuvem de Magalhães, uma das pequenas galáxias satélite da Via Láctea. (Créditos: © NASA, ESA e Martino Romaniello European Southern Observatory, Alemanha)

A Via Láctea contém mais de 100 bilhões de estrelas, mas não chegou a esta quantidade honestamente. Pelo menos uma dúzia de vezes nos últimos 12 bilhões de anos, a Via Láctea colidiu com uma galáxia vizinha e a devorou, engolindo as estrelas daquela vizinha e misturando-as em um ensopado cada vez maior de sóis roubados. 🌞😄

Com cada fusão galáctica, a forma, o tamanho e movimento de nossa galáxia mudaram para sempre, tornando-se a espiral icônica que reconhecemos hoje. Agora, em um estudo recente publicado na edição de outubro de 2020 da revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, os pesquisadores tentaram desenrolar essa espiral. Usando inteligência artificial (IA) para combinar grupos distintos de estrelas por suas idades, movimentos e composições químicas, a equipe encontrou evidências de cinco fusões galácticas em grande escala (cada uma envolvendo 100 milhões de estrelas ou mais) datando de mais de 10 bilhões de anos - incluindo uma colisão antiga que nunca foi descrita antes. 🤔

Este recém-descoberto acidente com a extinta e chamada galáxia Kraken não só ajuda a preencher a misteriosa árvore genealógica da Via Láctea, mas também pode ajudar os astrônomos a descobrir como era a nossa galáxia em seus primeiros dias, disseram os autores do estudo. 🎉

"A colisão com Kraken deve ter sido a fusão mais significativa que a Via Láctea já experimentou", disse o principal autor do estudo, Diederik Kruijssen, astrônomo da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, em um comunicado. "A fusão com a Kraken deve ter ocorrido há 11 bilhões de anos, quando a Via Láctea era quatro vezes menos massiva [do que hoje]. Como resultado, a colisão deve ter realmente transformado o que a Via Láctea parecia na época."

Em seu novo estudo, Kruijssen e seus colegas usaram simulações de computador para analisar todos os aglomerados globulares conhecidos - antigas esferas densas de até 1 milhão de estrelas que se formaram ao mesmo tempo do que as outras - dentro da Via Láctea. A nossa galáxia hospeda pelo menos 150 desses aglomerados, que os astrônomos acreditam serem "fósseis" das antigas galáxias que a Via Láctea engoliu ao longo de sua longa e faminta história.

Os pesquisadores treinaram um algoritmo de IA para identificar aglomerados globulares com base nas propriedades compartilhadas de estrelas, primeiro executando o algoritmo em milhares de galáxias simuladas. Uma vez que o algoritmo foi capaz de prever com precisão a formação, evolução e destruição de aglomerados globulares nessas galáxias imaginárias, a equipe soltou sua IA na Via Láctea.

Usando dados obtidos pela sonda espacial Gaia (que nos deu o mapa mais completo da Via Láctea), o algoritmo analisou as idades, movimentos e as composições químicas dos aglomerados globulares conhecidos em nossa galáxia a fim de recriar as fusões cósmicas que as formaram. A análise da equipe previu com precisão quatro fusões conhecidas no passado da Via Láctea - incluindo a chamada fusão da Gaia, que adicionou vários bilhões de estrelas ao bojo de nossa galáxia há cerca de 9 bilhões de anos - bem como a fusão Kraken, anteriormente desconhecida. 🛰🌏

O novo estudo mostra as cinco grandes fusões que fizeram da Via Láctea o que é hoje. (Créditos: D. Kruijssen / Heidelberg University)

E essa fusão foi gigantesca. De acordo com os resultados da equipe, o Kraken pode ter sido a maior e mais antiga colisão galáctica na história da Via Láctea. A fusão ocorreu quando a Via Láctea tinha apenas uma fração de seu tamanho atual e pode ter adicionado à nossa galáxia 13 aglomerados globulares que ainda são identificáveis ​​hoje. Enquanto a fusão da Gaia acabou adicionando mais massa solar à Via Láctea (mais de 20 aglomerados globulares) do que a Kraken, nossa galáxia já era consideravelmente grande quando a fusão da Gaia aconteceu e então era provavelmente menos suscetível a grandes mudanças estruturais, escreveram os pesquisadores.

Essa fusão recém-descoberta é apenas uma pequena peça do quebra-cabeça. Como o caminho para a formação de galáxias está repleto de colisões como essas, é provável que muitas outras fusões em pequena escala também tenham contribuído para a Via Láctea que conhecemos hoje. Os astrônomos suspeitam que pelo menos 15 outras pequenas fusões podem estar à espreita no passado de nossa galáxia, cada uma envolvendo 10 milhões de estrelas ou mais, e seus remanescentes estão apenas esperando para serem encontrados nas entranhas globulares de nossa galáxia. 😉👍

"Os destroços de mais de cinco galáxias progenitoras foram identificadas", disse Kruijssen. "Com os telescópios atuais e futuros, deve ser possível encontrar [evidências de] todas elas."

Os astrônomos têm cerca de 3 ou 4 bilhões de anos para descobrir isso. Em seguida, ocorrerá uma outra fusão que alterará a galáxia, quando a vizinha galáxia de Andrômeda (atualmente a 2,5 milhões de anos-luz de distância) e a Via Láctea inevitavelmente colidirão. Não é sempre assim: justo quando você pensa que conhece uma galáxia, ela vai e muda para você novamente. 😃

Link do artigo: https://academic.oup.com/mnras/article/498/2/2472/5893320

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