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Sedna é um objeto transnetuniano descoberto em 2003, que
atualmente está cerca de três vezes mais longe do Sol que Netuno.
Sua órbita é extremamente excêntrica, com um afélio de cerca de
960 UA (32 vezes a distância de Netuno), tornando-o um dos objetos
mais distantes conhecidos no Sistema solar além de cometas de longo
período.
Sedna
é quase certamente um planeta anão, porém a união astronômica
internacional ainda não o designou formalmente como tal. Mesmo com
aproximadamente 1 000 km de diâmetro, sua distância do
Sol dificulta a determinação de sua forma, então não se sabe se
está em equilíbrio hidrostático. Análises espectroscópicas
revelaram que a composição da superfície de Sedna é parecida à
de outros objetos transnetunianos, sendo principalmente uma mistura
de gelo de água, metano,nitrogênio. Sua superfície é uma das mais
vermelhas no Sistema Solar.
A
órbita extrema de Sedna, com um período orbital de cerca de 11 400
anos e um perélio de 76 UA, tem criado muitas teorias sobre sua
origem. O Minor planet center classifica Sedna como um objeto do
disco disperso, um grupo de objetos enviados a órbitas alongados
pela influência gravitacional de Netuno.
No entanto, essa
classificação tem sido contestada, uma vez que Sedna nunca chega
perto de Netuno para ter sido afetado pelo planeta, o que levou
alguns astrônomos a acreditarem que ele é o primeiro membro
conhecido da parte interna da nuvem de Oort. Outros especulam que
Sedna foi colocado em sua órbita atual por uma estrela,
possivelmente do aglomerado em que o Sol nasceu, ou até mesmo que
foi capturado de outro sistema planetário. Outra hipótese sugere
que sua órbita pode ser a evidência de um grande planeta além da
órbita de Netuno.
O astrônomo Michael E. Brown, o co-descobridor de
Sedna e dos planetas anões Éris, Haumea e Makemake, acredita que
Sedna é cientificamente o objeto transnetuniano mais importante já
descoberto, pois o entendimento de sua órbita anormal provavelmente
vai fornecer informações valiosas sobre a origem e evolução do
Sistema Solar.
Embora
a órbita de alguns cometas de longo período se estendam mais longe
que a de Sedna, eles são muito pouco brilhantes para serem
descobertos, exceto ao se aproximarem do perélio no Sistema Solar
interno. Mesmo quando Sedna alcançar o perélio na metade de 2076, o
Sol iria aparecer apenas como uma estrela muito brilhante no seu céu,
somente cem vezes mais brilhante que a Lua cheia na Terra, e muito
distante para ser visível como um disco a olho nu.
Quando
foi descoberto, acreditava-se que Sedna tinha um período de rotação
anormalmente grande (20 a 50 dias). Inicialmente especulava-se que
Sedna tinha um grande companheiro binário, similar à lua de Plutão
Caronte, o que explicaria o grande período de rotação.Uma busca
por um satélite pelo Telescópio espacial Hubble em março de 2004
não achou nada,e medições subsequentes feitas pelo telescópio MMT
sugerem um período de rotação muito menor de cerca de 10 horas, o
que é típico para um corpo do tamanho de Sedna.
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