A famosa Mancha Vermelha de Júpiter ou a
Grande Mancha de Júpiter está diminuindo de tamanho. Ela é uma
tempestade anticiclônica, ou seja, os ventos fluem em sentido contrário
àquele de um ciclone normal. Apesar da gradativa diminuição de tamanho,
essa tempestade continua sendo bem maior que a Terra.
Desde que seu tamanho começou a ser acompanhado, esses foram aproximadamente os tamanhos estimados:
- Século XIX – estimado através de observações telescópicas: 41.040 Km
- 1979 – medidas feitas pelas Voyager 1 e Voyager 2: 23.335.5 Km
- 1995 – estimativa através de fotografia: 20.953.66 Km
- 2009 – estimativa através de fotografia: 17.912 Km
Essas medidas são feitas ao longo do
eixo maior da grande mancha, que tem uma forma elíptica. Na medida em
que seu tamanho diminui, a mancha torna-se também cada vez mais
circular, como pode ser visto na imagem abaixo .
Imagens da Grande Mancha Vermelha de Júpiter obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble num intervalo de 20 anos. Percebe-se um nítido encolhimento e arredondamento da mancha. (Crédito: NASA) |
Nosso planeta, que possui cerca de 12 mi quilômetros de diâmetro,
continua cabendo inteiro dentro da Grande Mancha. A imagem abaixo mostra
uma comparação interessante, em escala aproximada, entre os dois
tamanhos no final do ano 2000.
Comparação entre os tamanhos da Terra e da Grande Mancha Vermelha de Júpiter em 29 de dezembro de 2009. (Crédito: Wikimedia Commons) |
Tempestades gigantes são esperadas nos planetas gasosos do Sistema Solar
e já foram observadas também em Saturno e Urano. A atmosfera de Júpiter
em especial, por possuir detalhes facilmente identificáveis, é um
excelente laboratório para percebermos o comportamento de uma atmosfera
turbulenta. A animação seguinte foi feita com 14 imagens obtidas pela
sonda Cassini, mostrando 24 dias de Júpiter, aproximadamente 10 dias
terrestres. Foram obtidas entre 31 de outubro e 9 de novembro de 2000.
Sequência de 14 imagens obtidas pela sonda Cassini, mostrando 24 dias em Júpiter, aproximadamente 10 dias da Terra. Percebe-se nitidamente o movimento das estruturas de sua atmosfera (Crédito: NASA) |
Como acontece com toda tempestade, a
tendência da Grande Mancha é mesmo se dissipar. Mas a taxa de
encolhimento dessa tempestade de Júpiter, mais de 930 Km por ano,
parece ter alguma razão especial. Amy Simon, do Goddard Space Flight Center,
que estuda a Grande Mancha acredita na hipótese de que pequenos
redemoinhos estejam mudando a dinâmica interna dessa grande tempestade.
Tempestades em Júpiter não atrapalham
ninguém, mas entender as tempestades de lá pode aumentar nossa
compreensão sobre nossas próprias tempestades. Esse é mais um exemplo
prático de como a astronomia nos ensina sobre nós mesmos.
Fonte: http://astronomia.blog.br
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