Uma equipe internacional de astrônomos completou uma análise de mais de 200.000 galáxias, medindo a energia gerada numa enorme região do espaço com a maior precisão já obtida até hoje.
Com os dados, eles fizeram a melhor estimativa da produção de energia no Universo - ao menos na parte do Universo mais próxima de nós.
E concluíram que a energia produzida nesta região do Universo é hoje apenas cerca da metade da energia produzida há dois bilhões de anos.
E como este enfraquecimento ocorre em todos os comprimentos de onda medidos - 21 ao todo, do ultravioleta ao infravermelho longínquo -, a equipe concluiu que o Universo está morrendo lentamente.
A queda na produção de energia das galáxias foi registrada em 21 comprimentos de onda. [Imagem: ICRAR/GAMA] |
Morte do Universo
O modelo cosmológico mais aceito estabelece que toda a energia do Universo foi criada durante o Big Bang, sendo que uma parte foi criada como massa. E as estrelas brilham ao converter massa em energia, tal como descrito na famosa equação de Einstein E=mc2.
"Enquanto a maior parte da energia espalhada pelo Universo surgiu no seguimento do Big Bang, energia adicional está sendo constantemente criada pelas estrelas à medida que estas fusionam elementos como o hidrogênio e o hélio," disse Simon Driver, coordenador do projeto GAMA (Galaxy And Mass Assembly).
"Esta nova energia, ou é absorvida pela poeira à medida que viaja pela sua galáxia hospedeira, ou escapa para o espaço intergaláctico e viaja até atingir alguma coisa, como por exemplo outra estrela, um planeta ou, muito ocasionalmente, um espelho de telescópio," detalha Driver.
Destino do Universo
O fato de o Universo estar em declínio lento é uma ideia defendida desde o final da década de 1990, e este novo esforço observacional ilustra como este processo estaria acontecendo em todos os comprimentos de onda - ainda que muitos astrônomos não concordem com a tese.
A equipe de pesquisadores espera poder expandir este trabalho mapeando a produção de energia ao longo de toda a história do Universo, utilizando para isso uma quantidade de novos observatórios, incluindo o maior radiotelescópio do mundo, o SKA (Square Kilometre Array), que será construído na Austrália e na África do Sul durante a próxima década.
Fonte: Inovação Tecnológica/G1
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