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© ESA / MPS
Marte
pode ter tido um anel gigante que acabou sendo esmagado para formar
uma de suas luas, sugerem as novas pesquisas.
Marte
tem dois satélites naturais pequenos e irregulares, Phobos e Deimos. Phobos orbita
mais perto do Planeta Vermelho e segue a linha do equador de Marte.
Deimos orbita mais longe, ao longo de uma órbita inclinada a 2 graus
acima do plano do equador marciano. A órbita instável adiciona
evidências à ideia de que Phobos pode ter sido um anel gigante que
eventualmente se uniu à sua forma atual. 😮
Em 2017, uma equipe de
pesquisadores argumentou na revista Nature Geoscience que as luas
marcianas passam por ciclos - fragmentadas em finos anéis pela
gravidade do planeta, e eventualmente formando luas novamente. Em
cada ciclo, a lua formada a partir do anel é menor do que o seu
antigo eu, com pedaços dos anéis saindo da órbita e flutuando para o espaço ou caindo no planeta. Ao longo de bilhões de anos, gerações de luas teriam
passado por esses ciclos de anel-lua-anel, suspeitam os cientistas.
Agora,
em um novo artigo publicado em 1º de junho de 2020 no banco de dados arXiv, uma equipe de pesquisadores
(alguns que também estiveram envolvidos no artigo da Nature Geoscience)
mostraram que uma lua marciana antiga, 20 vezes o tamanho de Phobos,
poderia ter empurrado Deimos para a sua órbita atual.
"O
fato de a órbita de Deimos não estar exatamente no plano do equador
de Marte era considerado um assunto sem importância e ninguém queria explicá-la", disse o principal autor Matija Ćuk, cientista
pesquisador do Instituto SETI em Mountain View, Califórnia, EUA.
"Essa é mais uma vez em que tivemos uma nova grande ideia e a
olhamos com novos olhos, e assim a inclinação orbital de Deimos nos revelou o seu
grande segredo". 😃👍
Duas
luas que seguem caminhos semelhantes ao redor de um planeta podem
acabar em uma situação chamada "ressonância orbital",
onde uma oscila para cima e para baixo em torno da órbita da outra.
Aqui
está o que os cientistas acham que aconteceu neste ciclo de "lua-de-anel" para explicar a atual configuração de Marte: Deimos se
formou bilhões de anos atrás, e já estava apenas
observando a festa da "lua-de-anel". Durante esse mesmo
tempo, um anel gigante que envolvia Marte foi esmagado em uma lua (ou
luas), depois foi dispersado de volta em um anel e depois em uma lua novamente,
e assim por diante.
Durante uma dessas repetições, uma das luas (a
lua misteriosa gigante) empurrou Deimos, e assim, depois de algum tempo essa lua misteriosa desapareceu para a sua forma de anel. Agora, os cientistas
suspeitam que um remanescente desse anel formou Phobos, o mais novo
dos dois satélites marcianos.
E para
que essa teoria funcionasse, a lua perdida há muito tempo formada a partir de um anel marciano, precisaria começar a se afastar de Marte e entrar
em ressonância com Deimos, assim produzindo a órbita angular atual do mesmo.
Eventualmente,
parte do ciclo anel-lua-anel se repetirá novamente. Porque o satélite natural mais jovem, Phobos, está perdendo altitude sobre Marte, e os pesquisadores
esperam que, eventualmente, se quebre e forme um anel de
desintegração ao redor do planeta.
Isso
deixará o pequeno Deimos orbitando sozinho novamente, com apenas sua órbita
desigual como um registro do que mais existia em torno de Marte.
Fonte:
LiveScience
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