A Nasa anunciou a descoberta do mais jovem e
mais distante complexo de galáxias já visto no universo. Batizado de
COSMOS-AzTEC3, ele passa por uma fase bastante inicial de formação,
o que pode ajudar os cientistas a compreender melhor como foram
constituídas as primeiras galáxias logo após o Big Bang. “Trata-se de
uma descoberta excepcional, que vai nos ajudar a entender a formação das
estruturas de grande escala do Universo”, diz Amâncio Friaça,
astrônomo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
da Universidade de São Paulo.
“Assim como um carro é montado a
partir de peças, as galáxias são montadas a partir de pequenas galáxias e
protogaláxias”, afirma Friaça. Protogaláxias são formadas, por sua vez,
por matéria escura e gases, que estão em constante choque, formando
nuvens escuras e frias que, mais tarde, dão origem às estrelas. “Essas
estrelas, porém, não são maduras como o Sol, mas bastante instáveis”,
explica.
É a explosão dessas estrelas que vai gerar, em uma
próxima etapa, a matéria sólida necessária para que os planetas
apareçam. “Os planetas só são possíveis desde que tenhamos elementos do
carbono para cima. Eles começam como ‘ grãos de carvão’ do universo,
muito simples, antes de se tornarem sistemas complexos.”
Fábrica espacial — O complexo encontrado pela Nasa a 12,6 bilhões de
anos-luz da Terra está passando por processos similares ao descrito pelo
astrônomo. Suas galáxias são compostas principalmente de gases, que
estão provocando a formação de estrelas. Provavelmente, no futuro, elas
irão se fundir em uma única grande galáxia.
As galáxias
descobertas até hoje eram consideravelmente mais próximas e bilhões de
anos mais velhas que o novo complexo, que aparenta ter apenas dezenas de
milhões de anos. Não existe relação entre o fato de o complexo ser ao
mesmo tempo o mais jovem e também o mais distante.
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