Crédito da Imagem: NSO / AURA / NSF |
Um
novo telescópio construído para estudar o Sol divulgou as suas
primeiras imagens, e elas são de tirar o fôlego. Eles mostram a
superfície do Sol nos detalhes mais requintados que já vimos -
revelando grânulos de convecção do tamanho do Texas (Do nosso
ponto de imaginação daqui do Brasil, essas convecções tem o
tamanho aproximado do estado de Minas Gerais) e pequenas
características magnéticas - as raízes dos campos que se estendem
até o espaço.
O
telescópio que entregou esses produtos é o Telescópio Solar Daniel
K. Inouye, da National Science Foundation, em Haleakalā, Maui, um
arquipélago havaiano.
Suas
observações incríveis fornecerão uma visão muito maior da
dinâmica selvagem da superfície solar e de como elas nos afetam na
Terra.
"É
literalmente o maior salto na capacidade da humanidade de estudar o
Sol desde o tempo de Galileu", disse o astrônomo Jeff Kuhn, da
Universidade do Havaí, no Instituto de Astronomia de Mānoa.
Aquelas
bolhas em movimento são conhecidas como grânulos. Eles são os
topos das células de convecção no plasma solar, com o plasma
quente subindo pelo meio e depois caindo de volta pelas bordas.
Apenas
absorver tudo isso é incrível, mas de interesse particular para os
cientistas são os campos magnéticos, distorcidos e emaranhados pelo
plasma, que podem resultar em fortes tempestades solares capazes de
derrubar redes elétricas (embora raramente) aqui na Terra.
Tempestades
solares menos poderosas ainda podem afetar os sistemas de comunicação
e navegação e gerar auroras deslumbrantes, mas, a nossa compreensão
e capacidade de prever o clima espacial ainda é extremamente
limitada.
É
isso que os cientistas esperam que o Telescópio Solar Inouye ajude a
melhorar.
Créditos da Imagens: NSO / AURA / NSF |
"Na
Terra, podemos prever se choverá com muita precisão em qualquer
lugar do mundo, porém, a previsão do clima espacial ainda não
existe", disse Matt Mountain, da Associação de Universidades
de Pesquisa em Astronomia, que gerencia o Inouye.
"Nossas
previsões ficam 50 anos atrás do clima terrestre, se não mais. O
que precisamos é compreender a física subjacente ao clima espacial,
e isso começa no Sol, que é o que o Telescópio Solar Inouye
estudará nas próximas décadas".
Com
o seu conjunto de instrumentos de última geração, alguns dos quais
ainda não estão disponíveis, o telescópio poderá medir e
caracterizar esses campos magnéticos melhor do que jamais fizemos
antes.
Essas
medidas podem nos dar um aviso muito mais avançado para tempestades
solares.
Os
cientistas esperam que melhorar a nossa compreensão de como os
campos magnéticos se comportam em pequena escala, podemos anteceder
a uma tempestade solar até 48 horas ou mais.
"É
tudo sobre o campo magnético", disse Thomas Rimmele, diretor do
Telescópio Solar Inouye.
"Para
desvendar os maiores mistérios do Sol, precisamos não apenas ver
claramente essas estruturas minúsculas a 150 milhões de
quilômetros, mas também medir com precisão a força e a direção
do campo magnético próximo à superfície e traçar o campo como
ela se estende até a coroa de 1.000.000°C, a atmosfera externa do
Sol ".
Nos
próximos meses, mais instrumentos aumentarão a potência já
robusta do telescópio. O Espectropolarímetro Criogênico por
Infravermelho Próximo (CryoNIRSP) foi projetado para tirar medições
do campo magnético do Sol além do disco solar visível, na corona
ou coroa.
O
espectropolarímetro de infravermelho próximo limitado por difração
(DL-NIRSP) estudará os campos magnéticos e a polarização, com
alta resolução espectral e espacial.
"Essas
primeiras imagens são apenas o começo", disse o astrônomo
David Boboltz, da Divisão de Ciências Astronômicas da National
Science Foundation.
"O
Telescópio Solar Inouye coletará mais informações sobre o nosso
Sol durante os primeiros 5 anos de sua vida útil do que todos os
dados solares coletados desde que o Galileo apontou pela primeira vez
um telescópio para o sol em 1612".
O
telescópio deve ser concluído em junho deste ano.
Mal
podemos esperar para ver o que mais isso tem para nos mostrar. 😊
Fonte: ScienceAlert
Tradução e Adaptação: Rafael Lobato (Tsu Universo)
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